Sociedade sangrenta

Sabê-lo-ás quando a humanidade não for mais que meras marionetas, sem personalidade, sem paladar, sem fogo no olhar, sem ansiedade no andar, sem que a voz trave de paixão...
Aí..., sabê-lo-ás. Até lá finge, finge como se não houvesse amanhã. Põe a máscara que todos eles pavoneiam quando saem à rua, porque só assim saberás viver com honestidade para contigo mesmo, não com eles, que isso é um abismo à mente dos que flutuam sobre o sonho e alma. Sim, eles no fundo invejam-te. Não conseguem ser como tu, espontâneos na forma de ser e de agir. Simplesmente a sua espécie está comprimida na futilidade das sensações primárias e se, por fruto do acaso, os ouves falar deixa-os assim - a falar, a falar exaustivamente do vazio daquilo que são.
Não, não aches que o errado és tu. O palco que o mundo se torna não faz de ti uma brisa de saudade, faz de ti uma brisa única, faz de ti a «pequenina luz bruxuleante» do Sena ou a imensa ânsia que Álvaro de Campos sentia de ser tão pequeno no universo!
E toda esta náusea chama rotina, estereótipos, condutas de sociedade, senso comum.... cairá tudo por terra. Em breve escombros hão-de ser. A arte floresce ao ritmo do sangue das tuas veias, ouve-a gritando contigo, sente-a aí, no cair da noite, a fazer a náusea prolongar nefastamente. Eu nunca te contarei a verdade. Álvaro Machado - 23h14 - 16-06-2016

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