A Ciência deve ou não ser questionada por economistas?


E
is uma questão pertinente e que suscita opiniões tremendamente divergentes. Um grupo - diria, num sentido mais lato, uma comunidade - de cientistas das mas variadas nacionalidades procurou desenvolver as suas teorias e as suas formas de entender o universo através de experiências que revelariam a génese das leis da natureza. A compreensão despida sobre aquele início ainda inexplicável no Big-Bang.

O Bosão de Higgs: esse seria o objectivo final de toda aquela imensidão de gente. Há, todavia, um problema que sempre sobressalta aos olhos dos mais cépticos (quero com isto referir-me evidentemente aos que tornam o desenvolvimento e o progresso como que burocráticos e não prioritários), sobretudo na investigação científica, pois ainda vão tendo voz e alguma palavra a dizer sobre o que os rodeia, não meros filósofos enclausurados numa dimensão de ininterrupta solidão.

Mas deixemos estas divagações para outra altura. Volvendo ao tema, perante essa palestra onde os cientistas (ingénuos) explicavam avida e cismáticamente todo o processo que levou anos a ser construído e que, finalmente, estaria prestes a ser colocado em órbita, eis que as perguntas começam a surgir na plateia. Levanta a mão um sujeito que prontamente disse:

- Sou economista. Suponhamos que está certo e que tudo correm bem, o que ganhamos com isso? Qual é o retorno económico?

O cientista encarregue de apresentar o plano ao público acabou por lançar um sorriso quase desesperado ao público, acenou disfarçadamente como que um gesto reprovativo, e avançou:

- Nada contra ser economista. Tem uma resposta até bastante simples: eu não faço ideia!

Pois bem, poderão achar o teor deste diálogo bastante normal, a soar quase ao quotidiano de um imbecil qualquer, mas garantovo-vos que é muito mais que isso. A economia, hoje e cada vez com maior frequência, acha-se como a ciência mais exacta e sobre a qual o mundo inteiro deve obediência e explicações. Só o que se considere economicamente rentável deve ser suportado pelos governos e pelas multinacionais. De outra forma, a investigação, a especulação, a incerteza são vistas com desagrado e desinteresse.

Sim, amigos, isso não é evoluir. Para evoluirmos decentemente precisamos de especular, de questionar tudo à nossa volta, falhar vezes sem conta... E não são os economistas nem os grandes empresários - falhados por natureza - que3 o podem limitar. Jamais

Álvaro Machado - 00.22 - 20-07-2016 

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