Pokémons ou a guerra na Síria?

Compreender-mos o mundo que nos rodeia nunca foi fácil. Aliás, qualquer teoria minimamente proveitosa do ponto de vista sociológico acaba por desvanecer com o passar do tempo. O que não percebo, dentro destas antagónicas formas de ser, é o fim (e não o meio) para que a humanidade tende.

Estou a ser vago demais, entendo-vos, mas vejamos: em momentos tão preocupantes como os que a Europa atravessa em questões de migração, de refugiados, de crises económicas, e mesmo noutros extremos como a Síria – e a sua guerra civil que se prolonga há cinco anos -, Líbia, Iraque, Egipto, Venezuela, os próprios americanos… que estamos nós a fazer? Coisa nenhuma.
Muito poucos são os que realmente tomam consciência das proporções que estes problemas tomam. Preferem viver o quotidiano repletos de ignorância e indiferentes para as necessidades que o seu país e a própria humanidade atravessam.

Acredito mesmo que a evolução tem picos. Evolui-se ou estagna-se demasiado rápido. É-se consciente aos problemas sociais num momento e logo depois a sordidez volta a rotina. Os atentados em França – estou plenamente convencido disso – fez-nos questionar coisas tão simples como o sentido da vida, fez-nos ter compaixão pelo outro e ao mesmo tempo revolta por actos tão cruéis dos terroristas. Mas…, e  depois disso? Esquecemos a Síria e os mais de 500 mil mortos ? A guerra civil na Turquia que matou mais de 300 pessoas?

Consciencializem-se sobre estes (graves) problemas e sobre as suas proporções. Andarmos com telemóveis na mão à procura de Pokémons não é tudo. Se o querem fazer, façam-no, pois cada um sabe de si, mas tomem consciência, juntem-se, manifestem-se, debatam ideias com o vosso grupo de amigos e elevem o nível quando assim tem de ser.

Álvaro Machado - 22h40 - 21-07-2016