Prenúncio inelutável

Aquela casa acercava-se de gerações inteiras, ríamos imenso, em cada corredor havia sempre barulho, gritos de um lado para o outro, correrias tais que pareciam imortais - aqueles momentos, nós mesmos...
Mas que resta de todas essas histórias passadas à lareira? Onde estão os corredores ensurdecedores? Percorro todos os espaços e não encontro senão silêncio, memórias fragmentadas de qualquer coisa que já fomos. Que aterrador!
O céu cobre-se de núvens. Entonteço-me: há um prenúncio de morte nos corvos que sobrevoam o meu vulto, e Deus, enquanto mo conceber, sufoca-me o coração pela incerteza da partida, pelo remorso adiantado do mestre desaparecer...

Álvaro Machado - 19h12 - 30.08.2017

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